Engenharia Ambiental

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terça-feira, 6 de abril de 2010

CE em situação de emergência ambiental


6/4/2010 - Jornal Diário do Nordeste

Estado foi incluído em lista que tem como objetivo alertar para as consequências dos incêndios e queimadas

O Ministério do Meio Ambiente incluiu o Ceará na lista dos Estados em situação de emergência ambiental, devido aos focos de incêndios florestais e queimadas, detectados por satélite. A lista foi publicada, ontem, no Diário Oficial da União, e inclui também Minas Gerais, Piauí e Goiás. As ações são coordenadas pelo Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), que atribui ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autonomia para operar nos municípios afetados.

Segundo o analista ambiental do Ibama, Humberto de Araújo Fragoso, esta medida do Ministério do Meio Ambiente tem como objetivo colocar o Ceará em estado de alerta para as possíveis consequências das queimadas, sejam elas acidentais ou não.

"Estarmos preparados para combater os incêndios antes deles acontecerem vai nos ajudar a minimizar os problemas causados pela prática", disse Humberto Fragoso.

O analista afirmou que as queimadas em solo cearense chamaram a atenção do Ministério devido ao período de seca, quando o problema ocorre com mais frequência.

Mas, no Ceará, o número de incêndios cresce mesmo no mês de agosto. "Até agora, em 2010, poucos focos de queimadas foram encontrados", frisou Humberto.

Ele explicou que é importante que as queimadas sejam combatidas devido ao grande problemas que elas trazem para todos. "Destruição da biodiversidade do local, empobrecimento do solo e aumento de doenças respiratórias em decorrência da queda da qualidade do ar são apenas algumas das consequências causadas pelos incêndios", comentou o analista ambiental.

A presidente do Conselho de Politicas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Tereza Farias, chamou atenção para o fato de o Estado do Ceará ser pioneiro - começou em 2004 - no monitoramento das queimadas. Por isso, garantiu, o Estado vem diminuindo consideravelmente o número de focos de incêndios em diversas áreas. Em 2008 cerca de 12 mil incêndios foram detectados em todo o Estado.

Já no ano passado, este número caiu para quatro mil. "O órgão conta com vários projetos para prevenir as queimadas, como a capacitação de brigadistas e o projeto Mata Branca, que capacita agricultores em todo o Interior, entre outros que fazem com que os agricultores tivessem consciência do mal que os incêndios fazem", revelou Tereza Farias.

DESMATAMENTO
Caatinga foi alvo de estudo


Em março, o Ministério do Meio Ambiente divulgou um levantamento informando que o Ceará ocupa a 2ª posição entre os Estados onde foram registrados os maiores índices de desmatamento de trechos de Caatinga, entre os anos de 2002 e 2008. Segundo os dados do Ministério, em seis anos, o Estado teve 0,50% do bioma compreendido em seu território desmatado - em grande parte, pelas queimadas.

O Ministério do meio Ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Conpam, que contestou os números, se reuniram para fazer uma avaliação dos dados.

Para a presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Tereza Farias, os dados mostram que na verdade o Ceará é um dos Estados que mais avançou em relação à preservação da Caatinga. "Foi constatado que, no Nordeste, somente o Ceará e a Bahia têm cobertura vegetal. Por isso tivemos desmatamentos e outros Estados não".

Ela comentou que na reunião foi constatado que é preciso que o Estado deve agregar forças no combate ao desmatamento. "Eles têm todo o equipamento necessário, mas não têm trabalho de campo", disse Tereza.

A presidente informou que o Conpam está investindo em ações educacionais nas escolas, para reverter a situação de forma educativa "Temos R$ 5 milhões de dólares para investir na luta contra o desmatamento". Em maio, uma reunião será feita para avaliar a situação.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=763331

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