Engenharia Ambiental

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Rondônia revoga proteção a florestas

A pedido do governo, a Assembleia Legislativa de Rondônia revogou a proteção estadual de quase 1 milhão de hectares da Amazônia.

O ato foi formalizado por leis complementares, aprovadas há dez dias. Elas extinguiram sete unidades de conservação que somam pouco mais de 973 mil hectares – o equivalente a mais de seis cidades de São Paulo.

As revogações são parte do processo de redefinição das áreas protegidas no Estado.

Em junho, outras quatro haviam sido revogadas e incorporadas a florestas protegidas pelo governo federal. Neste último caso, a incorporação não aconteceu.

Dados do ISA (Instituto Socioambiental) indicam que, antes das mudanças, havia aproximadamente 4,4 milhões de hectares sob proteção estadual em Rondônia. Agora, são 3,1 milhões.

De acordo com o governo, a revogação das sete unidades (uma delas com 425 mil hectares) apenas formalizou uma situação que já existe.

Luiz Cláudio Fernandes, coordenador de unidades de conservação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, disse que as áreas não eram consideradas protegidas desde 2000, quando foi aprovado o ordenamento territorial de Rondônia.

Teoria - “Só existiam no papel. Foram criadas na década de 90, por decreto, mas nunca fizeram nada para pôr em prática [a proteção]. Estamos tecnicamente aliviados”, disse.

“Foi uma decisão de técnicos imbuídos do melhor espírito ambientalista”, afirmou.

O coordenador negou que fosse possível adequar a antiga legislação, pois, segundo ele, as unidades estão quase inteiramente ocupadas por produtores rurais.

Fernandes disse que mesmo o Incra (Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária) já assentou pessoas nas ex-unidades.

“Ele assentava, mas, na hora de tirar o título da terra, não conseguia”, afirmou.

Dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) indicam que Rondônia é o terceiro Estado que mais desmata suas florestas, atrás somente de Mato Grosso e Pará. (Fonte: Folha.com)

DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

Desmatamento na Amazônia cai 49% em quase um ano, diz ministério

O Ministério do Meio Ambiente divulgou nesta segunda-feira (9) que, entre agosto de 2009 e junho de 2010, houve uma redução de 49% no desmatamento no bioma amazônico, na comparação com o mesmo período entre 2008 e 2009. Enquanto o balanço atual indica que foram desmatados 1.808,55 quilômetros quadrados (km²), no penúltimo levantamento o desmatamento atingiu 3.536,68 km².

Apesar da redução, a região desmatada entre agosto de 2009 e junho deste ano equivale às áreas das cidades de São Paulo (1,522 km²) e Belo Horizonte (330 km²) juntas ou a 220 mil campos de futebol.

Os dados são do Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), sistema utilizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para medir o desmatamento. Dos Estados que compõem a região Amazônica, o Pará foi o que teve o maior desmatamento em junho, com 160,6 km².

O município de Novo Progresso, que costuma ser o campeão de desmatamento, também apresentou uma redução de 66% de destruição, comparado o ano passado com esse ano. Enquanto entre 2008 e 2009, foram destruídos 168,6 km², de 2009 para 2010 o índice caiu para 57,23 km².

Segundo o presidente do Inpe, Gilberto Câmara, o Brasil é líder mundial no uso de satélites para monitorar o desmatamento em florestas tropicais. Ele disse que há intenção, inclusive, de importar esta tecnologia para países africanos e latino-americanos para identificar suas áreas de florestas tropicais com os problemas de devastação.

Câmara, contudo, demonstrou cautela ao falar da significativa queda no desmatamento. Ele afirmou que os índices resultantes dos monitoramentos, via satélite, são prejudicados pela cobertura de nuvens nos locais além dos pequenos desmatamentos não detectados pelo equipamento.

A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, afirmou que houve uma mudança na estratégia de combate ao desmatamento na região, incluindo, além dos latifúndios, as pequenas e médias propriedades.

“A estratégia focava as grandes propriedades, mas há também os ‘puxadinhos’. São as áreas menores, que começaram a ser significativas [no índice de desmatamento] ao longo dos anos”, explicou. “O resultado é muito bom e sinaliza uma tendência apresentada já no ano passado”, disse a ministra.

O ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, avaliou que os resultados são consequência do avanço tecnológico no sistema de monitoramento da Amazônia, que deve nos próximos anos deve receber mais dois satélites. Em 2011, deve ser lançado o satélite Cbers-3 e, em 2012, está previsto o início das operações do Amazônia 1. (Fonte: Camila Campanerut/ UOL Notícias)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Uma única tempestade derrubou meio bilhão de árvores na Amazônia

"Cientistas americanos e brasileiros conseguiram uma contagem precisa do dano causado por uma tempestade de 2005"

Uma única, violenta e avassaladora tempestade que varreu toda a floresta amazônica em 2005 pode ter destruído meio bilhão de árvores, diz um estudo americano.

Embora tempestades sejam uma causa conhecida de mortes de árvores na Amazônia, o novo estudo - feito por especialistas da Tulane University, em Nova Orleans, em parceria com cientistas brasileiros do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e da Unesp - é o primeiro a oferecer uma contagem mais precisa.

Segundo seus autores, o trabalho revela perdas muito maiores do que se pensava, sugerindo que tempestades cumprem um papel bem mais importante do que se supunha na dinâmica da floresta amazônica.

Os cientistas advertem que, por causa das mudanças climáticas, tempestades violentas deverão se tornar mais frequentes na região, matando mais árvores e, consequentemente, aumentando as concentrações de carbono na atmosfera. O estudo será publicado na revista científica Geophysical Research Letters.

Estudo
Uma pesquisa anterior tinha atribuído um aumento na mortalidade de árvores em 2005 na região a uma seca prolongada que afetou partes da floresta naquele ano. Mas o estudo recente identificou uma área não atingida pela seca onde houve grande perda de árvores (a região de Manaus).

Segundo os cientistas, entre 16 e 18 de janeiro de 2005, uma única linha de instabilidade com 1000 km de comprimento e 200 km de largura cruzou toda a bacia amazônica de sudoeste a nordeste, levando tempestades violentas, com raios e chuvas pesadas, provocando várias mortes nas cidades de Manaus, Manacaparu e Santarém.

Ventos verticais fortes, com velocidades de 145 km/hora, arrancaram ou partiram árvores ao meio. Em muitos casos, ao cair, as árvores atingidas derrubaram outras a seu redor. Para calcular o número de árvores mortas, os pesquisadores usaram uma combinação de imagens de satélite, contagens feitas por especialistas em áreas pré-selecionadas da floresta e modelos matemáticos.

O uso associado de imagens de satélite e observações feitas no campo permitiu que os pesquisadores incluíssem quedas de grupos menores de árvores (menos de dez unidades) que não podem ser detectadas pelo satélite.

Os cálculos iniciais, relativos a áreas afetadas pela tempestade na região de Manaus, foram depois usados como base para se chegar ao número total de mortes em toda a floresta.

Os cientistas concluíram que entre 441 e 663 milhões de árvores foram destruídas em toda a floresta. Nas regiões mais atingidas, cerca de 80% das árvores foram atingidas. Linhas de instabilidade que se movem de sudoeste a nordeste na Amazônia são raras e pouco estudadas, disse Robinson Negrón-Juárez, da equipe da Tulane University.

Tempestades destrutivas que avançam na direção oposta, da costa nordeste para o interior do continente, são mais comuns - ocorrendo até quatro vezes por mês - e também provocam grandes quedas de árvores.

O que é bastante incomum são tempestades que cruzam toda a bacia Amazônica, como a de 2005, explicou Negrón-Juarez. "Precisamos começar a medir a perturbação causada pelos dois tipos de linhas de instabilidade sobre a floresta", ele disse. "Precisamos dessas informações para calcular a perda total de biomassa nesses eventos naturais, algo que nunca foi quantificado".

Outro cientista da equipe, Jeffrey Chambers, acrescentou: "Com as mudanças climáticas, há previsões de que as tempestades aumentem em intensidade. Se começarmos a observar aumentos na mortalidade das árvores, precisamos ser capazes de estabelecer o que está matando as árvores".

Fonte: Link:
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/uma+unica+tempestade+derrubou+meio+bilhao+de+arvores+na+amazonia+diz+estudo/n1237715040221.html

terça-feira, 6 de julho de 2010

Demanda por profissionais "verdes"

Demanda por profissionais "verdes" se manterá alta no futuro
Para professor do Insper e coordenador do Senac-SP, procura por profissões ligadas ao meio ambiente não é momentânea

Nesta quinta-feira (22) comemora-se o Dia da Terra. Especialmente nesta data, muitos começam a pensar no melhor modo de cuidar bem dela. O assunto é tão sério que a cada ano novas carreiras e profissionais "verdes" surgem. E, de acordo com especialistas, esse cenário não é passageiro. Ao menos no Brasil, o futuro de profissões ligadas ao meio ambiente é promissor. Mas para quem for qualificado.

Para o professor de Gestão de Pessoas do Insper, Marcus Sousa, profissões "verdes" surgem no mercado de trabalho hoje e surgirão no futuro. “Países em desenvolvimento têm e terão cada vez mais demanda por esse tipo de profissional”, afirma. “O Brasil é um País hídrico e que tem muitos problemas ambientais para serem resolvidos”, ressalta.

O coordenador da área de Meio Ambiente e Saúde do Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro, Alcir Vilela, também vê um bom cenário para esses profissionais. Para ele, a demanda por cursos "verdes" não é momentânea. “Existem cursos cuja demanda é pontual, no caso daqueles ligados ao meio ambiente isso não acontece, porque o mercado se constrói em cima de uma demanda da sociedade como um todo”, afirma. E vai mais longe: “esse mercado tem oportunidades geradas por causa de problemas. E os problemas permanecem”.

Mercado promissor para quem gosta

Os especialistas ouvidos concordam que a demanda por profissionais ligados ao meio ambiente não é fruto de uma febre ecologicamente correta. Porém, aqueles que pretendem ingressar na área precisam ser qualificados. “O mercado vem se solidificando e está cada vez mais exigente, o que é compreensível, porque essa área está se aproximando dos setores estratégicos das empresas”, explica Vilela.

Exatamente por exigir tamanha qualificação, Vilela afirma que é preciso gostar e muito da área, uma vez que não é fácil atuar nela. “Tem de gostar, porque é uma área relativamente nova, o que exige muito estudo, pois os processos não estão consolidados”, ressalta o coordenador do Senac. “É impossível você ser bom em uma coisa que você não gosta”, reforça.

Saber trabalhar em equipe, ter capacidade de lidar com situações de conflito de interesses e ter perfil empreendedor também estão na lista das habilidades que os profissionais "verdes" devem ter para conseguir atuar. “Diferentemente de muitas profissões que têm públicos específicos, o público de meio ambiente é qualquer pessoa do mundo. Todo mundo consome meio ambiente”, ressalta Vilela.

Exatamente por isso, nessa área, é preciso saber dialogar. “Sempre vai haver uma tensão, porque as pessoas têm expectativas diferentes”, lembra.

Para Sousa, do Insper, além disso, conviver com a natureza é fundamental. “O perfil geral é formado por pessoas que gostem da relação com o meio ambiente. As grandes questões surgem dessa vivência”, considera.

Com todas essas habilidades na lista, aliada à competência, a chance de o profissional crescer na área é grande. Os ganhos, de acordo com Vilela, dependem muito do campo de atuação desse profissional – que pode ser em Organizações Não-Governamentais e em empresas dos setores público e privado.

Profissões do futuro

No cenário atual, Vilela acredita que perfis ligados à gestão e engenharia ambiental são os que têm maior demanda. “Hoje, o setor industrial requer mais o engenheiro ambiental, porque ele está ligado a processos produtivos”, diz. No setor de serviços, o gestor é mais requisitado, principalmente na área financeira, que procura atrelar o conceito de sustentabilidade em suas ações.

Já Sousa, do Insper, enxerga algumas profissões que devem ser promissoras daqui há alguns anos. Além das mais conhecidas hoje, ele acredita que o mercado pode começar a ficar de olho em algumas mais específicas, como Avaliador de Créditos de Carbono, Gestor de Empresas do Terceiro Setor e Gestor de Manejo Ambiental (incluindo as especificações em Manejo Florestal, Hídrico e Geológico).

“No caso do geológico, que lida com os impactos que as minas trazem ao ambiente, a demanda hoje já é grande”, afirma. Sousa ainda acredita que a busca por tecnologias para reaproveitamento de água também eleva a procura por profissionais especializados nesse tema.

Entre as profissões "verdes" do futuro listadas por Sousa, estão incluídas Arqueologia Submarina e Tecnologia em Baterias e Células Combustíveis Automobilísticas. “No desenvolvimento de carros elétricos, é preciso células pequenas e duráveis. Esses profissionais atuam no desenvolvimento dessa tecnologia”, explica o professor.

Temática recorrente

Ainda que novos cursos surjam hoje ou no futuro, o meio ambiente deve ser inserido no currículo de cursos tradicionais. Direito e Administração Ambiental são exemplos.

Data: 22/06/2010

Comissão aprova novo Código Florestal

Criticado por ambientalistas, texto só deve ir a plenário após eleições

Por 13 votos a 5, a comissão especial formada para analisar a reforma do Código Florestal Brasileiro aprovou, na tarde desta terça-feira, o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Alvo de críticas de parlamentares ruralistas e ambientalistas, o texto altera a legislação há 45 anos em vigor.

Aprovada em sessão marcada por tumultos, a nova redação recebeu modificações de última hora. Sob pressão de órgãos ambientais, Rebelo recuou em pontos polêmicos. Embora tenha feito concessões a ambas as correntes, o relatório foi comemorado como uma vitória da bancada ruralista, ligada aos produtores rurais.

Para o relator Aldo Rebelo, o texto apresenta pontos tanto favoráveis quanto contrários a ruralistas e ambientalistas. "Para um lado ou para o outro, não foi 100% (do que eles queriam). Mas para a sociedade tentamos, dentro do possível, fazer o melhor", assinalou.

Rebelo argumenta: "Para os ambientalistas, evitamos novos desmatamentos por cinco anos. Já os agricultores passarão a ser regularizados". Os nove destaques apresentados ao substitutivo do relator foram rejeitados. O projeto segue agora para votação na Câmara dos Deputados. A previsão, porém, é que seja levado a plenário depois das eleições.

A sessão começou com uma hora de atraso, pois o texto final apresentado pelo relator não havia ficado pronto. A reunião foi marcada por desentendimentos entre parlamentares e por protestos de ambas as correntes. Durante a votação, três manifestantes do Greenpeace atrasaram os trabalhos por cerca de 15 minutos ao ostentarem cartazes com os dizeres: "Não vote em quem mata florestas".

Pela manhã, o ruralista Luis Carlos Heinze (PP-RS) chamou o ambientalista José Sarney Filho (PV-MA) de "filho do maior entreguista da história do país". Após bate-boca, Sarney Filho rebateu classificando Heinze de dono de "terra improdutiva". À tarde, o verde solicitou à polícia legislativa que expulsasse do plenário um produtor rural, que, alega, havia ofendido sua família.

Confira como votaram os parlamentares:

À favor do relatório: Anselmo de Jesus (PT-RO), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Homero Pereira (PR-MT), Moacir Micheletto (PMDB-PR), Paulo Piau (PMDB-MG), Ernandes Amorim (PTB-RO), Marcos Montes (DEM-MG), Moreira Mendes (PPS-RO), Duarte Nogueira (PSDB-SP), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Valdir Colatto (PMDB-SC), Eduardo Sciarra (DEM-PR).

Contra o relatório: José Sarney Filho (PV-MA), Ivan Valente (PSOL-SP), Dr. Rosinha (PT-PR), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)

fonte (link): http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/comissao+aprova+novo+codigo+florestal/n1237700765877.html

quarta-feira, 23 de junho de 2010

"O que reciclar"

Saiba o que pode ser encaminhado para a coleta seletiva e o que deve ir para o lixo comum.

PAPEL

O que recicla:
papéis de escritório, papelão, caixas em geral, jornais, revistas, livros, listas telefônicas, cadernos, papel cartão, cartolinas, embalagens longa-vida, listas telefônicas, livros
O que não recicla:
papel carbono, celofane, papel vegetal, termofax, papéis encerados ou palstificados, papel higiênico, lenços de papel, guardanapos, fotografias, fitas ou etiquetas adesiva

PLÁSTICO

O que recicla:
sacos, CDs, disquetes, embalagens de produtos de limpeza, PET (como garrafas de refrigerante), canos e tubos, plásticos em geral
O que não recicla:
plásticos termofixos (usados na indústria eletro-eletrônica e na produção de alguns computadores, telefones e eletrodomésticos), embalagens plásticas metalizadas (como as de salgadinhos), isopor

VIDROS

O que recicla:
garrafas de bebida, frascos em geral, potes de produtos alimentícios, copos
O que não recicla:
espelhos, cristais, vidros de janelas, vidros de automóveis, lâmpadas*, ampolas de medicamentos, cerâmicas, porcelanas, tubos de TV e de computadores

* O ideal é que esse material seja embalado e descartado em locais que encaminhem para a descontaminação. Saiba mais aqui.

METAIS

O que recicla:
latas de alumínio (refrigerante, cerveja, suco), latas de produtos alimentícios (óleo, leite em pó, conservas), tampas de garrafa, embalagens metálicas de congelados, folha-de-flandres
O que não recicla:
clips, grampos, esponjas de aço, tachinhas, pregos e canos

Fonte: Akatu

Prática Sustentável

Sabão feito com óleo de cozinha

Uma forma de diminuir o efeito estufa e a contaminação das águas

A simples atitude de não jogar o óleo de cozinha usado direto no lixo ou no ralo da pia pode contribuir para diminuir o aquecimento global. O professor do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alexandre D'Avignon, explica que a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. Segundo ele, o óleo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo pia acaba chegando no oceano pelas redes de esgoto.


Em contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano. "Você acaba tendo a decomposição e a geração de metano, através de uma ação anaeróbica [sem ar] de bactérias".


Além disso, um litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água - o suficiente para uma pessoa usar durante 14 anos. Isso acontece porque o óleo impede a troca de oxigênio e mata todos os seres vivos como plantas, peixes e microorganismos. E ele também impermeabiliza o solo contribuindo para as enchentes.


Mas o que fazer com o óleo vegetal que não será mais usado? A maioria dos ambientalistas concorda que não existe um modelo de descarte ideal do produto. Uma das alternativas é reaproveitar o óleo de cozinha para fazer sabão. A receita é simples e está no final desta matéria.


D'Avignon defende que quanto mais o cidadão evitar o descarte do óleo no lixo comum, mais estará contribuindo para preservar o meio ambiente. Segundo ele, uma das soluções é entregar o óleo usado a um catador de material reciclável ou diretamente a associações que façam a reciclagem do produto.


"Se nós conseguirmos dar algum valor de compra desse óleo para o catador, para que ele seja usado na produção de biodiesel, a gente vai fazer com que haja um ciclo de vida desse produto, para que ele volte para o sistema produtivo e produza biodiesel e isso substitua o consumo de óleo diesel", sugere o professor.


Receita para fazer sabão a partir do óleo de cozinha

Material
5 litros de óleo de cozinha usado
2 litros de água
200 mililitros de amaciante
1 quilo de soda cáustica em escama

Preparo
Coloque a soda em escamas no fundo de um balde cuidadosamente
Coloque, com cuidado, a água fervendo
Mexa até diluir todas as escamas da soda
Adicione o óleo e mexa
Adicione o amaciante e mexa novamente
Jogue a mistura numa fôrma e espere secar
Corte o sabão em barras

Atenção: A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.

Por: Irene Lôbo

Fonte:
Agência Brasil
Globo