Engenharia Ambiental

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terça-feira, 13 de julho de 2010

Uma única tempestade derrubou meio bilhão de árvores na Amazônia

"Cientistas americanos e brasileiros conseguiram uma contagem precisa do dano causado por uma tempestade de 2005"

Uma única, violenta e avassaladora tempestade que varreu toda a floresta amazônica em 2005 pode ter destruído meio bilhão de árvores, diz um estudo americano.

Embora tempestades sejam uma causa conhecida de mortes de árvores na Amazônia, o novo estudo - feito por especialistas da Tulane University, em Nova Orleans, em parceria com cientistas brasileiros do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e da Unesp - é o primeiro a oferecer uma contagem mais precisa.

Segundo seus autores, o trabalho revela perdas muito maiores do que se pensava, sugerindo que tempestades cumprem um papel bem mais importante do que se supunha na dinâmica da floresta amazônica.

Os cientistas advertem que, por causa das mudanças climáticas, tempestades violentas deverão se tornar mais frequentes na região, matando mais árvores e, consequentemente, aumentando as concentrações de carbono na atmosfera. O estudo será publicado na revista científica Geophysical Research Letters.

Estudo
Uma pesquisa anterior tinha atribuído um aumento na mortalidade de árvores em 2005 na região a uma seca prolongada que afetou partes da floresta naquele ano. Mas o estudo recente identificou uma área não atingida pela seca onde houve grande perda de árvores (a região de Manaus).

Segundo os cientistas, entre 16 e 18 de janeiro de 2005, uma única linha de instabilidade com 1000 km de comprimento e 200 km de largura cruzou toda a bacia amazônica de sudoeste a nordeste, levando tempestades violentas, com raios e chuvas pesadas, provocando várias mortes nas cidades de Manaus, Manacaparu e Santarém.

Ventos verticais fortes, com velocidades de 145 km/hora, arrancaram ou partiram árvores ao meio. Em muitos casos, ao cair, as árvores atingidas derrubaram outras a seu redor. Para calcular o número de árvores mortas, os pesquisadores usaram uma combinação de imagens de satélite, contagens feitas por especialistas em áreas pré-selecionadas da floresta e modelos matemáticos.

O uso associado de imagens de satélite e observações feitas no campo permitiu que os pesquisadores incluíssem quedas de grupos menores de árvores (menos de dez unidades) que não podem ser detectadas pelo satélite.

Os cálculos iniciais, relativos a áreas afetadas pela tempestade na região de Manaus, foram depois usados como base para se chegar ao número total de mortes em toda a floresta.

Os cientistas concluíram que entre 441 e 663 milhões de árvores foram destruídas em toda a floresta. Nas regiões mais atingidas, cerca de 80% das árvores foram atingidas. Linhas de instabilidade que se movem de sudoeste a nordeste na Amazônia são raras e pouco estudadas, disse Robinson Negrón-Juárez, da equipe da Tulane University.

Tempestades destrutivas que avançam na direção oposta, da costa nordeste para o interior do continente, são mais comuns - ocorrendo até quatro vezes por mês - e também provocam grandes quedas de árvores.

O que é bastante incomum são tempestades que cruzam toda a bacia Amazônica, como a de 2005, explicou Negrón-Juarez. "Precisamos começar a medir a perturbação causada pelos dois tipos de linhas de instabilidade sobre a floresta", ele disse. "Precisamos dessas informações para calcular a perda total de biomassa nesses eventos naturais, algo que nunca foi quantificado".

Outro cientista da equipe, Jeffrey Chambers, acrescentou: "Com as mudanças climáticas, há previsões de que as tempestades aumentem em intensidade. Se começarmos a observar aumentos na mortalidade das árvores, precisamos ser capazes de estabelecer o que está matando as árvores".

Fonte: Link:
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/uma+unica+tempestade+derrubou+meio+bilhao+de+arvores+na+amazonia+diz+estudo/n1237715040221.html

terça-feira, 6 de julho de 2010

Demanda por profissionais "verdes"

Demanda por profissionais "verdes" se manterá alta no futuro
Para professor do Insper e coordenador do Senac-SP, procura por profissões ligadas ao meio ambiente não é momentânea

Nesta quinta-feira (22) comemora-se o Dia da Terra. Especialmente nesta data, muitos começam a pensar no melhor modo de cuidar bem dela. O assunto é tão sério que a cada ano novas carreiras e profissionais "verdes" surgem. E, de acordo com especialistas, esse cenário não é passageiro. Ao menos no Brasil, o futuro de profissões ligadas ao meio ambiente é promissor. Mas para quem for qualificado.

Para o professor de Gestão de Pessoas do Insper, Marcus Sousa, profissões "verdes" surgem no mercado de trabalho hoje e surgirão no futuro. “Países em desenvolvimento têm e terão cada vez mais demanda por esse tipo de profissional”, afirma. “O Brasil é um País hídrico e que tem muitos problemas ambientais para serem resolvidos”, ressalta.

O coordenador da área de Meio Ambiente e Saúde do Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro, Alcir Vilela, também vê um bom cenário para esses profissionais. Para ele, a demanda por cursos "verdes" não é momentânea. “Existem cursos cuja demanda é pontual, no caso daqueles ligados ao meio ambiente isso não acontece, porque o mercado se constrói em cima de uma demanda da sociedade como um todo”, afirma. E vai mais longe: “esse mercado tem oportunidades geradas por causa de problemas. E os problemas permanecem”.

Mercado promissor para quem gosta

Os especialistas ouvidos concordam que a demanda por profissionais ligados ao meio ambiente não é fruto de uma febre ecologicamente correta. Porém, aqueles que pretendem ingressar na área precisam ser qualificados. “O mercado vem se solidificando e está cada vez mais exigente, o que é compreensível, porque essa área está se aproximando dos setores estratégicos das empresas”, explica Vilela.

Exatamente por exigir tamanha qualificação, Vilela afirma que é preciso gostar e muito da área, uma vez que não é fácil atuar nela. “Tem de gostar, porque é uma área relativamente nova, o que exige muito estudo, pois os processos não estão consolidados”, ressalta o coordenador do Senac. “É impossível você ser bom em uma coisa que você não gosta”, reforça.

Saber trabalhar em equipe, ter capacidade de lidar com situações de conflito de interesses e ter perfil empreendedor também estão na lista das habilidades que os profissionais "verdes" devem ter para conseguir atuar. “Diferentemente de muitas profissões que têm públicos específicos, o público de meio ambiente é qualquer pessoa do mundo. Todo mundo consome meio ambiente”, ressalta Vilela.

Exatamente por isso, nessa área, é preciso saber dialogar. “Sempre vai haver uma tensão, porque as pessoas têm expectativas diferentes”, lembra.

Para Sousa, do Insper, além disso, conviver com a natureza é fundamental. “O perfil geral é formado por pessoas que gostem da relação com o meio ambiente. As grandes questões surgem dessa vivência”, considera.

Com todas essas habilidades na lista, aliada à competência, a chance de o profissional crescer na área é grande. Os ganhos, de acordo com Vilela, dependem muito do campo de atuação desse profissional – que pode ser em Organizações Não-Governamentais e em empresas dos setores público e privado.

Profissões do futuro

No cenário atual, Vilela acredita que perfis ligados à gestão e engenharia ambiental são os que têm maior demanda. “Hoje, o setor industrial requer mais o engenheiro ambiental, porque ele está ligado a processos produtivos”, diz. No setor de serviços, o gestor é mais requisitado, principalmente na área financeira, que procura atrelar o conceito de sustentabilidade em suas ações.

Já Sousa, do Insper, enxerga algumas profissões que devem ser promissoras daqui há alguns anos. Além das mais conhecidas hoje, ele acredita que o mercado pode começar a ficar de olho em algumas mais específicas, como Avaliador de Créditos de Carbono, Gestor de Empresas do Terceiro Setor e Gestor de Manejo Ambiental (incluindo as especificações em Manejo Florestal, Hídrico e Geológico).

“No caso do geológico, que lida com os impactos que as minas trazem ao ambiente, a demanda hoje já é grande”, afirma. Sousa ainda acredita que a busca por tecnologias para reaproveitamento de água também eleva a procura por profissionais especializados nesse tema.

Entre as profissões "verdes" do futuro listadas por Sousa, estão incluídas Arqueologia Submarina e Tecnologia em Baterias e Células Combustíveis Automobilísticas. “No desenvolvimento de carros elétricos, é preciso células pequenas e duráveis. Esses profissionais atuam no desenvolvimento dessa tecnologia”, explica o professor.

Temática recorrente

Ainda que novos cursos surjam hoje ou no futuro, o meio ambiente deve ser inserido no currículo de cursos tradicionais. Direito e Administração Ambiental são exemplos.

Data: 22/06/2010

Comissão aprova novo Código Florestal

Criticado por ambientalistas, texto só deve ir a plenário após eleições

Por 13 votos a 5, a comissão especial formada para analisar a reforma do Código Florestal Brasileiro aprovou, na tarde desta terça-feira, o relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Alvo de críticas de parlamentares ruralistas e ambientalistas, o texto altera a legislação há 45 anos em vigor.

Aprovada em sessão marcada por tumultos, a nova redação recebeu modificações de última hora. Sob pressão de órgãos ambientais, Rebelo recuou em pontos polêmicos. Embora tenha feito concessões a ambas as correntes, o relatório foi comemorado como uma vitória da bancada ruralista, ligada aos produtores rurais.

Para o relator Aldo Rebelo, o texto apresenta pontos tanto favoráveis quanto contrários a ruralistas e ambientalistas. "Para um lado ou para o outro, não foi 100% (do que eles queriam). Mas para a sociedade tentamos, dentro do possível, fazer o melhor", assinalou.

Rebelo argumenta: "Para os ambientalistas, evitamos novos desmatamentos por cinco anos. Já os agricultores passarão a ser regularizados". Os nove destaques apresentados ao substitutivo do relator foram rejeitados. O projeto segue agora para votação na Câmara dos Deputados. A previsão, porém, é que seja levado a plenário depois das eleições.

A sessão começou com uma hora de atraso, pois o texto final apresentado pelo relator não havia ficado pronto. A reunião foi marcada por desentendimentos entre parlamentares e por protestos de ambas as correntes. Durante a votação, três manifestantes do Greenpeace atrasaram os trabalhos por cerca de 15 minutos ao ostentarem cartazes com os dizeres: "Não vote em quem mata florestas".

Pela manhã, o ruralista Luis Carlos Heinze (PP-RS) chamou o ambientalista José Sarney Filho (PV-MA) de "filho do maior entreguista da história do país". Após bate-boca, Sarney Filho rebateu classificando Heinze de dono de "terra improdutiva". À tarde, o verde solicitou à polícia legislativa que expulsasse do plenário um produtor rural, que, alega, havia ofendido sua família.

Confira como votaram os parlamentares:

À favor do relatório: Anselmo de Jesus (PT-RO), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Homero Pereira (PR-MT), Moacir Micheletto (PMDB-PR), Paulo Piau (PMDB-MG), Ernandes Amorim (PTB-RO), Marcos Montes (DEM-MG), Moreira Mendes (PPS-RO), Duarte Nogueira (PSDB-SP), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Reinhold Stephanes (PMDB-PR), Valdir Colatto (PMDB-SC), Eduardo Sciarra (DEM-PR).

Contra o relatório: José Sarney Filho (PV-MA), Ivan Valente (PSOL-SP), Dr. Rosinha (PT-PR), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)

fonte (link): http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/comissao+aprova+novo+codigo+florestal/n1237700765877.html